É fácil: basta ser preconceituoso

Odeio gente burra. Amo os ignorantes.

Vou explicar: As pessoas ignorantes (eu me encaixo perfeitamente entre elas) estão dispostas a saírem deste estado. Elas querem conhecer mais e mais. São atenciosas e preparadas a aceitarem o erro.

As burras, não tem explicação, são burras mesmo. E não fazem a mínima questão de aprender. Dizem que sabem e ponto. E o pior de tudo, não se colocam no lugar do outro. São amargas, não tem amor para dar, não são carinhosas. São preconceituosas.

E é incrível como os preconceituosos se encaixam perfeitamente na categoria “burros” da sub classe humana.

O preconceituoso está a procura da raça ariana. Do “eu perfeito”, do “eu sabedor”, do “eu sei de tudo”, do “o meu dó é melhor que o seu”, do “o meu gosto musical é superior”, do “a minha leitura é de classe”, do “as minhas fotos são perfeitas”, do “eu não orkutizei”.

Não se pode mais ler Paulo Coelho, assistir Esquenta e ouvir Calipso. Que começa o julgamento. Eu não sou locou por Paulo Coelho, não acompanho Esquenta e não ouço Calipso todos os dias, mas eu conheço a obra de Paulo Coelho, admiro muito a Regina Casé e já dancei Calipso algumas vezes. E olha, eu não vejo nenhum problema em ambos gostos.

A internet conseguiu fazer isso muito bem, padronizou o debate sobre o gosto alheio. Vejo isso no Facebook: somos críticos demais para pouca inteligência coletiva. E quando eu falo em pessoas inteligentes, estou citando o contrário de pessoas burras – o que eu descrevi ali em cima.

É fácil estabelecer um padrão do que é certo ou errado com base apenas no gosto pessoal. Eu, por exemplo, sou apaixonado pela obra do Augusto Cury. Ele é o blogueiro de sentimento quando os blogs não existiam. Uma coisa que me irrita é a pessoa falar que odeia a leitura de um livro de “auto-ajuda” e ama os blogs de ajuda sentimental. Dá para entender tamanho confronto existencialista?

Eu adoro generalidades, sou especialista! Curto muito aprender coisas que eu não sei, ou até mesmo que eu não gosto. Isso me complica um pouco, pq sempre estou disposto a aprender coisas novas e acabo não focando em uma ideia fixa. Me dê um livro sobre qualquer assunto, eu vou devorar.

Não tenho um gosto fixo definido. Claro, tem as coisas que eu mais gosto de fazer, mas não me sinto desconfortável frequentando um lugar onde só se houve música folclórica caribenha, por exemplo. Até acho legal, é uma oportunidade de conhecer uma melodia diferente. Dar uma animada e colocar isso no currículo de sentimentos.

Mas é complicado viver assim, sem casulo. A maioria das pessoas ainda quer viver o trivial, encaixotadas. Para isso é fácil, basta ser preconceituoso e continuar na sua, sem dar atenção a ninguém.

2 comentários Adicione o seu

  1. Juliano Hoesel disse:

    Muito bom o post, Garon. Pra mim, resumo em falta de humildade e intolerância. Ainda bem que todos somos diferentes, né? Horrível seria viver num mundo onde todo mundo fosse igual.

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  2. Valquíria Citó disse:

    Show de bola, adorei a matéria. Espero poder ler mais destas aqui.
    O texto fala das coisas como são mesmo.
    Um braço!!!

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