Hotel das Cataratas – um Belmond em Foz do Iguaçu

Essa semana, vivi uma experiência que todo viajante, ou mesmo quem tem o privilégio de morar em Foz do Iguaçu, sonha em viver pelo menos uma vez na vida: me hospedei no icônico Hotel das Cataratas

Localizado a poucos passos das quedas mais famosas do planeta, o Hotel das Cataratas é mais do que um ícone da hotelaria brasileira e mundial além de ser um portal para outro tempo. Um tempo onde o luxo não precisava gritar. Um tempo onde o verdadeiro privilégio era poder ouvir o som da natureza sem a interferência constante da vida moderna.

Sim, a localização é deslumbrante. Sim, a estrutura é histórica. Mas o que torna o Belmond verdadeiramente especial é algo menos tangível e infinitamente mais valioso: sua filosofia silenciosa.

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Muito antes do “luxo silencioso” virar tendência, o Belmond já abraçava o silêncio como uma forma de riqueza. O silêncio que não é ausência de som, mas a presença de algo maior. Um tipo de quietude que, como diria Erling Kagge, é necessário para escutar a si mesmo.

Ali, entre o som das águas e o canto dos pássaros, senti o que o autor chama de “espaço interior”: aquele lugar onde a mente desacelera, o tempo se dilata e a alma respira. Em uma era dominada pelo ruído (externo e interno) encontrar esse tipo de silêncio é mais do que um luxo. É um ato de resistência.

E talvez seja por isso que o Belmond seja tão inesquecível.

Porque ele não oferece apenas uma estadia. Ele oferece um convite: ao silêncio, à contemplação, ao reencontro com o essencial.

Muitos associam o luxo a um check-in com brioches finos e espumantes franceses. Mas aqui, o verdadeiro luxo tem outro sabor: o da simplicidade com alma. É ser recebido com um bolo de fubá quentinho, coberto com goiabada — uma doçura típica da nossa terra, que carrega memórias e afeto em cada fatia.

E o espumante? Está ali, sim. Geladinho, elegante. Mas vem da Serra Gaúcha, trazendo no rótulo o orgulho da produção nacional. Porque o luxo, nesse lugar, não precisa vir de longe para ser inesquecível. Ele vem de dentro.

Além do reconhecimento internacional do atrativo Cataratas do Iguaçu, o Belmond ajudou a colocar Foz do Iguaçu como um destino de bem receber e alta gastronomia.

Se, em meio à correria dos dias, a gente esqueceu o que é se sentir genuinamente acolhido, o Hotel das Cataratas faz questão de nos lembrar.

Uma carta escrita à mão, deixada com delicadeza sobre a mesinha de cabeceira, resgata uma forma de cuidado que parecia esquecida. E como se não bastasse, algumas polaroides impressas — com registros únicos da nossa chegada nos fazem sentir mais do que hóspedes: nos fazem sentir lembrados.

Valorizados.

Importantes.

Porque hospitalidade de verdade não está no que é grandioso, mas no que é feito com intenção.

Em constante movimento em torno de temas que importam não só para o bem-estar dos hóspedes, mas para o futuro da sociedade, o Hotel das Cataratas vai além da hospitalidade… Veja isso:

Ao engarrafar sua própria água no próprio estabelecimento, ele não apenas reduz o uso de plásticos: ele envia uma mensagem. Uma lembrança silenciosa de que, mesmo diante de um dos maiores rios do mundo, a responsabilidade ambiental começa com pequenos gestos.

Porque luxo de verdade também é se importar com o que nos cerca e fazer disso parte da experiência.

Outro sussurro sobre a vida vem da arte espalhada por todos os cantos. Porque, além do silêncio e do luxo, há algo ainda mais profundo: a arte como ponte entre o mundo e o nosso interior.

E ali, onde o olhar repousa sem pressa, uma torre se revela o ponto mais alto do Parque Nacional do Iguaçu.

Por fora, permanece intacta como tantas vezes esperamos nos encontrar diante do mundo. Mas por dentro, vibra em cores e movimentos, na obra do artista visual Incerti, lembrando que, mesmo quando calamos por fora, há sempre algo pulsando aqui dentro: nosso coração.

A arte, nesse lugar, não é apenas decoração — é uma forma de respirar.

Para fechar com elegância o ciclo do bem-estar no século XXI, entra em cena a gastronomia. E ela impressiona.

Aqui, não estamos no Velho Continente à procura de foie gras. Estamos entre os sabores da mata atlântica, do sertão nordestino e da costa tropical. E é por isso que o restaurante Y escolhe, com orgulho, imortalizar a riqueza da culinária brasileira.

Cada prato é uma celebração da nossa identidade — uma viagem sensorial que começa no paladar, mas termina na memória. Porque o verdadeiro luxo é saborear o que somos.

E no bar Tarobá, quando compramos o drink carro-chefe, apoiamos o projeto Onças do Iguaçu, que preserva um desse importante felino.

Ficar no Hotel das Cataratas não é só se hospedar, mas sim viver uma experiência. Por mais que isso seja

É aquele tipo de lugar que faz o tempo desacelerar, o silêncio ganhar espaço e os sentidos despertarem. Onde o cuidado aparece nos detalhes, a natureza fala mais alto que qualquer notificação, e o luxo se revela no que não precisa ser dito, apenas observado ou sentido.

A memória volta pesada, de sabores que ficam, de vontade de voltar.

Porque tem lugares que a gente visita. E tem lugares que visitam a gente.

Confira o vídeo completo que produzi durante a experiência no Hotel das Cataratas:

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