Na última quarta-feira (de promoção do cinema em Foz do Iguaçu) fui ver “Tron – O Legado”. Confesso que nunca tinha assistido o primeiro filme, mas eu já “meio que conhecia” o roteiro, pois meus amigos nerds já comentaram sobre a “história que talvez tenha originado o enredo de Matrix”.
Com um roteiro pífio, e atuações falhas e grosseiras minha nota para o filme é ***. Dou três estrelas pois os efeitos foram incríveis, e além disso sempre busco ver a mensagem que o filme pode trazer se comparado com a minha crença cristã.
Não comentei aqui sobre o filme “A Origem”, mas achei Tron bem parecido no quesito criação de mundo alternativo para a construção do imaginário. O que eu aprecio muito em qualquer tipo de diversão em mídia.
No Tron a mensagem é explicita, como no remake/continação é de se surpreender. Não sei por qual motivo, mas a Disney tem investido nesse tipo de mensagens em filme desde o lançamento do “Leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, quando a Associação Cristã dos Estados Unidos perdoou a Disney por todo um legado de paganismo.
Tron não é só puro divertimento em 3D, até porque achei o 3D horrível, sinceramente não tem nenhuma graça na tecnologia em três dimensões do filme, mas passa teologia pura quando coloca o roteiro sobre a perspectiva mais utilizada na história da humanidade: “A corrupção do bem”. Conhecido muito bem por nós, mero mortais, no livro de Genesis das Sagradas Escrituras.
O homem, confesso que não esperava isso da máquina, se corrompeu já nos primeiros anos de existência. Foi sugado pela poder e acabou se rendendo ao pecado. O ambiente virtual criado em Tron sugeriu no inicio um Sistema Operacional (OS) perfeito que foi criado por Flynn com a ajuda de suas duas criações, feitas a sua imagem e semelhança, Tron e Clu. Clu, como nas sagradas escrituras vê o poder da criação e se julga melhor que o próprio criador, gerando a desordem em um ambiente que inicialmente seria maravilhoso.
Sem mencionar mais quesitos teológicos, porque seria desnecessário e repetitivo para quem assistiu – fica aí uma dica para quem não viu: ir ao cinema – achei super válido a questão abordada de forma tão racional, produtiva e “genesisticamente” falando.
Acho válido não só por me identificar com um assunto que sou tão aspirante, mas também porque as histórias contadas pelos pais nas cabeceiras das camas sobre a “criação do mal” às crianças são transformadas em apelo sensorial quando projetadas nas telas brancas do cinema. A sugestão de entendimento é um apelo maior que qualquer outro, que talvez não é tema de discussão nas rodas dos jovens, mas permanece no mistério da fé e na mente de qualquer pessoa.