Muitos moradores de Foz do Iguaçu reclamam que a cidade não tem uma identidade própria, outros exclamam positivamente que é essa falta de história que caracteriza o povo iguaçuense.
Na verdade o que eu acho mesmo é que nenhum desses dois lados estão corretos. O primeiro não valoriza o que a cidade já conquistou sentimentalmente, pois fisicamente em questão de museu ou teatro realmente poucos exemplos se salvam. O segundo lado que exalta a falta de história local não consegue enxergar, ou não vê a possibilidade da região ser rica culturalmente e se acomoda.
A acomodação e a exclamação de que a cidade não produz cultura me irritam profundamente. Convivo e vejo todos os dias pessoas lutando pela valorização da arte, pessoas que só vivem produzindo cultura e as outras deitadas no próprio umbigo nada enxergam, pois estão presas no negativismo.
Então para mostrar que Foz do Iguaçu tem pessoas de peso atuando, produzindo e estão no caminho certo, caminhando contra e falta de estrutura e precariedade dos serviços públicos resolvi levar para o meu trabalho uma proposta. Uma série de matérias focadas nas pessoas, em iguaçuenses e outras que encontram em Foz do Iguaçu um lugar para viver e se manifestar a favor da arte.

Na redação do Clickfoz discutimos a importância da série, realizamos um sarau amplificado. A Mariana Serafini prontamente foi buscar os contatos. Em uma folha começamos a rascunhar e lembrar das pessoas que seriam entrevistadas, dividimos em tópicos e atuação das personalidades. O Vilmar Machado fez a arte e sugeriu que nós batizássemos a série. Pensamos em localizar com as raízes de nossa cultura. Nada melhor que um nome em guaraní. Achamos então “Nanbiquara”- assim mesmo com N, ideal. Nanbiquara quer dizer fala de pessoa inteligente. Definiu o nosso trabalho. Eu comecei a pensar na estética das entrevistas e na pós produção das matérias.
Ok? Primeira entrevista marcada, a Mariana Serafini sugeriu a escritora Jeane Hannauer. O novo livro de Jeane seria o chamariz para a entrevista, mas o foco seria a produção dela a nível estadual e nacional. Muito simpática e falante, Jeane nos recebeu com os braços abertos. A entrevista foi super gostosa e a música simples de Angus and Julia Stone deve ter embalado os pensamentos da Mariana.
A segunda entrevista foi muito reveladora para mim. O Beto Virgínio me fez voltar no tempo e conhecer curiosidades dos bastidores da produção artística de Foz do Iguaçu.
Outras matérias já foram postadas na série, todas revelam curiosidades, exprimem sentimentos e são um rico conteúdo para a nossa falha memória de consumistas incautos da arte.

Garon, a matéria ficou linda! Expressou exatamente a nossa proposta. Documentar a arte. Não podemos simplesmente deixar que as coisas aconteçam, precisamos registrar isto! ;)
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