Sempre fui muito criticado por usar ou tentar unir a teoria racionaria com a emotiva. Quem acompanha este blog, sabe o quanto eu admiro autores que mesclaram a fantasia com a realidade para um produto de qualidade.
Eu realmente acredito que tudo que vivemos e sentimos é fruto de uma conquista prática pautada pela emoção e razão. Onde a emoção, por muitas vezes, delimita o fantasmagórico positivo, e a razão o lado mais imagético, quando conseguimos tocar e experimentar.
Esses dias, estava chegando em casa, colocando a chave na fechadura.
Abri aporta.
Senti o gosto da borracha do pneu do meu carrinho de corda que brincava quando tinha 6 anos.
O gosto veio tão forte que chorei de emoção e saudosismo.
Corri para o quarto, olhei de baixo da cama, onde costumava deixá-lo escondido, mas não o encontrei.
Alí só haviam revistas e livros.
Percebi como deixei a minha infância de lado, e como cresci. Mas a conclusão que vi nessa história foi porque eu deixei a minha infância? Onde estava o Garon quando pequeno? E quais eram as expectativas dele para o meu futuro?
Vi-me duplicado.
O primeiro, um garotinho gordinho, chorando, esperando que tudo melhorasse. O segundo, um cara de 21 anos, fazendo algumas coisas e ainda esperando que tudo melhore.
Chorei.
Chorei não porque estou triste, mas com medo dessa alegria desaparecer.
Bolha de sabão. Cria expectativa, fica linda, colorida, voa e desaparece.
Razão. Pensa, projeta, faz.
Emoção. Faz sem medo.