Prome… Deus

Não sou um crítico de cinema e tão pouco conheço a obra completa de Ridley Scott. Tinha 15 anos quando assisti Aliens e sinceramente não me lembro de muita coisa.

Sabendo que Prometheus pertence a mesma franquia, antes de assistir o filme corri na internet e li algumas críticas sem spoillers e ouvi ao podcast do JurassiCast. Até ai entendi algo sobre o que acontece antes ou depois da história contada.

Pronto, fui assistir Prometheus sem esperar nada. Sem até mesmo ter assistido o trailer.

Gosto de ir no cinema sem conhecer muito sobre o filme, gosto de me surpreender com a história, aceitar o que o filme tem a me dizer e não as falsas críticas dos intelectuais que falam muito sem muito a dizer.

Gostaria de fugir um pouco da mitologia Alien, dos sangues, da violência, dos clichês de terror norte-americano, das secreções, gosmas e coisas do gênero e partir para uma análise mais, digamos, pura da situação global do filme.

Encontrei um filme complexo com mensagens incrustadas nas medianeiras do roteiro. Vivi um filme que tem como tema principal a fé.

Porém muitas dúvidas surgiram na minha pequena cabecinha ao longo das 2h de filme.

Cristo – Porque falar de fé em um filme de ficção cientifica? Porque falar de Deus em um filme de Aliens? Qual a razão de citar Deus – e para ser mais especifico, pq citar tanto o nome de Jesus Cristo? Qual a filosofia disso tudo?

Dai você pode me indagar com várias questões ateístas-filosóficas de que antes de ir contra uma convenção é preciso destruí-la. Mas Ridley não fez isso (pelo menos até agora). Pelo contrário, o filme pode aumentar ainda mais a fé ao cristianismo e ao criacionismo.

– A mesma personagem que carrega no pescoço o símbolo do cristianismo é a responsável pela expedição de Prometheus em busca dos “engenheiros”. A fé ao desconhecido de Elizabeth Shaw é que move o filme. São deuses que ninguém sabe da existência, mas que Shaw tem a certeza concreta que existe!

Elizabeth Shaw é a personagem que mais sofre durante o filme, mas em nenhum momento perde as esperanças, tanto em Cristo como na existência dos possíveis criadores da raça humana.

Prometheus tenta conviver entre uma dualidade sadia de Credualidade VERSUS Racionalidade. Mas como estamos em território Alien há mais diferenças em jogo. Entra em campo sexo, hipóteses e viagens filosóficas.

Sacrifício – É o primeiro mito de nossa história. O sacrifício cria heróis. E está presente em várias partes do filme. A perca do pai e do namorado, o apego a religião,  a luz a um extraterrestre e o desapego da própria vida para salvar a humanidade.

É o mito que faz da história muito mais sensível a nossos olhos o que faz as cenas megalomaníacas mais coerente com as nossas vidas. Por estes e outros temas que Prometheus consegue ser muito maior que a própria obra.

Confesso que no começo do filme minha fé falou mais alto e quase desisti de assistir o final – sim, sou desses! Mas resisti e continuei só para ver onde iria levar. Acabei descobrindo que Prometheus ainda promete muito para a continuação da franquia, que pode tanto ser muito revelador ou decepcionante, digo quanto ao lado espiritual do roteiro.

Descobri ainda um filme que não destrói a fé, mas que ajuda a construí-la.

1 comentário Adicione o seu

  1. Hummm.
    Deus ainda está longe de nossa compreensão.
    Mas fé é algo pulsante que podemos sentí-la, mesmo que intangivelmente

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