Quanto tempo temos?

“Deus está morto, Marx também e eu não estou me sentindo muito bem”

Era algo parecido com isso. Não sei onde li/vi/ouvi, mas me tocou muito de modo a percorrer toda a minha história. Desde a minha primeira consciência lúdica até o presente momento, onde digito este texto no frente a um monitor de 21 polegadas e um teclado preto, que tomo emprestado do meu trabalho.

Depois de uma longa viagem pelo meu tempo cheguei a uma conclusão do que a frase realmente quer dizer.

O problema não é que Deus está morto ou que foi enterrado. Ou que Marx está morto e enterrado. O problema da frase é o final: “eu não estou me sentindo muito bem”.

Mas eu pergunto para mim mesmo: “Pq o interlocutor não está bem se Deus e Marx estão mortos?”. Ele não deveria estar feliz? A final não é isso que a humanidade quer, se livrar de amarras?

A era que matou Deus e que também está enterrado a racionalidade na verdade não quer liberdade?

A liberdade está aí, e agora o que fazer com ela? Qual é o próximo passo? O que fazer antes do precipício?

Vivemos uma grande liberdade sexual e moral que sempre foi rogada. Porém a inquietude e desconforto parecem presentes em nossas vidas.

Agora a pergunta que não ousa calar: “Quanto tempo temos?”.

Para viver?
Para dar o seguinte passo?
Para sermos felizes?

Uma das características do nosso tempo é fugir dos paradigmas. Mas isso é um grande problema. Não estamos neste mundo para viver de luxo e consequentemente do tédio. Precisamos viver para lembrar do passado e projetar o futuro em um presente muito real.

4 comentários Adicione o seu

  1. Douglas disse:

    Quem associa Deus a prisão nunca o conheceu!
    Se me senti acorrentado por ser como sou, se me senti inferior, acuado, rejeitado, foi por pessoas que não tinham amor e que se divertiam com minha sensação de impotência diante de meus defeitos e “desajeitos”.
    Quando descobri Deus e seu amor incondicional (sem se importar ou me julgar pelo que já fiz), descobri uma liberdade que vivo até hoje. Sou livre de verdade, porque as acusações dos homens que queriam me atirar pedras foram encobertas pelo amor de um Deus que me aceitou e me ensinou a ser eternamente livre para ser aceito por Ele, sendo aperfeiçoado a cada dia, e isso não por uma obrigação ou opressão, mas porque também o amo e sou eternamente grato!
    Sou livre porque Deus me fez assim. Deus está vivo.. falei com ele hoje!

    Abração!

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  2. Pois é Garon, nessa nossa época muitas vezes me vejo maluca porque percebi que meu maior inimigo é o tempo! Então bora aproveitar o máximo né?

    Beijos

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    1. Garon Piceli disse:

      Isso aí, Monique ;)

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  3. Acabamos de adentrar um “tudo novo” e você me reclama do “tudo o que foi”? É difícil falar sobre tempo, quando compreende o ser eterno que se é … é difícil acreditar em um Deus morrendo e continuar vivo … é difícil compreender o Marx, O Deus ou a si mesmo … contudo o mais difícil de toda essa jornada eterna, meu amigo, são os momentos sem a presença pura do que chamamos de amor … nesses momentos nossa alma se lembra do que é a solidão … Já temos consciência de um paraíso (consegue sentir saudade de um lugar que aparentemente não existe, nem existiu?) … temos tempo e vida, agora, só falta a humanidade ser justa e caridosa o suficiente, nessa minha utopia.

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