“Eu tenho um passado horrível, não queira saber o que eu fiz lá! Mas sou gente boa.. ah, isso eu garanto”.
Isso é verdade, por mais que tenhamos um rastro de história ideal e perfeita, algo de mal nos assombra. Algum ato podre a gente já cometeu. Em algum relacionamento já omitimos uma coisinha ali, outra coisinha lá.
Sempre tem.
Mas será que já paramos para pagar as coisas ruins que fizemos.
Eu ainda não, mas a Piper Kerman sim. A moça em questão ficou um ano presa por contribuir com lavagem de dinheiro, em um relacionamento duvidoso que teve no passado.
Ela amava… Aquele “amor cego”, saca? E por isso cometeu alguns deslizes. Ééé… às vezes a gente dá umas furadas assim…

A história real de Piper Kerman foi transformada na história de Piper Chapman na série original do Netflix Orange is the New Black, baseada no livro homônimo de Kerman.
OITNB é sensacional. Um misto de comédia com drama, super detalhista e bem produzido. Particularmente, odeio séries cheias de flashback, mas em Orange a volta ao passado desconstrói a história dos personagens e faz um verdadeiro nó na cabeça.
Piper descobre um universo sinistro, cheio de brigas psicológicas e sentimentais. E o ano sabático que ela tanto queria ter se transforma em um inferno.
Com o passar dos episódios, a série retrata a vida das mulheres que estão naquela prisão de forma muito particular e sensível que consegue sair do melodrama para criar um discurso inovador das questões íntimas dos relacionamentos psicossociais da humanidade. (Falei difícil, mas falei bonito!)
Vai pegar mal se eu falar que cada capítulo é um tratado filosófico sobre o nosso passado. E como conseguimos moldar ele com as informações que deixamos lá para trás?
Assista Orange is the New Black pelo Netflix
E.. ah.. a música tema é da Regina Spektor. Vê se não é para se apaixonar?