A informação do olhar

Não me faça falar e pare com essa bobagem que o mundo foi feito para você – sentou, cruzou as pernas e continuou – sou assim e não tem nenhum segredo – após uma pequena pausa para um gole de água ouviu:

Mas algo em seus olhos não são certos quanto a sua palavra.

– Não vim neste lugar para ouvir babaquices inúteis e sem provas especificas. Me desculpe, mas estou indo. – Não voltou a olhar para a câmera, olhou para o diretor que estava segurando a dalha com as perguntas que não foram feitas pelo apresentador. Ele era sempre assim, gostava de improvisar. Mas a missão do apresentador  era dura nesse momento. Fizeram a vinheta rodar antes do tempo.

Aplausos e sons de vaia ao mesmo tempo entraram antes da vinheta antecipando o comercial.

Sempre assim: temas polêmicos e cortes exaustivos quando o convidado se irrita e tenta deixar o programa. No início era anunciado uma esponja de aço e promoções de câmeras digitais de segunda. Mas o público não se importava quando acontecia algo chocante e que abalaria as estruturas dos mais velhos. Toda a semana era  36 minutos de bate-papo para chegar em um momento comovente ou irritante, provocante de arrepios e iniciativa de encharque dos olhos.

E o chavão do programa:

“Mas algo em seus olhos não é tão certos quanto a sua palavra”

E alguma resposta parecida com

– Se minto não são meus olhos que irão dizer!

Originalmente escrito em março de 2008

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