Não sei muito bem como começar este post, pq na última semana eu só tenho falado disso para os meus amigos: Chef’s Table é muito bom, assista!
A minha paixão com esta série é muito grande e vocês não tem noção!!! Tô neste momento no telhado da minha casa gritando para os vizinhos assistirem e até mandei WhatsApp para aqueles que eu mais gosto recomendando.
Cheguei nela meio que do nada. Estava navegando tradicionalmente na Netflix e cliquei ali meio que naquela roleta do aleatório, como de costume a gente faz…
Para começar, Chef’s Table é uma série documental de 6 capítulos com distribuição exclusiva pela Netflix que conta a história de 6 chefes que estão mudando a forma como a gente se relaciona com os restaurantes. Coincidentemente todos eles ganharam 3 estrelas no famoso Guia Michelin.
Por mais que Chef’s Table seja um documentário sobre gastronomia – um assunto que me interessa – o que eu mais gostei foi acompanhar a plasticidade, fotografia e delicadeza do material audiovisual. A série é dirigida por David Gelb do premiado Jiro Dreams of Sushi. (Documentário que conta a história do Sr. Jiro, proprietário do primeiro restaurante de sushi a receber 3 estrelas no Guia Michelin).
O roteiro é bem desconstruído, ou seja, foge da máxima começo/meio/fim do cinema norte-americano. Os personagens contam a história deles como se tivessem conversando com você em uma mesa de restaurante. Fluí tudo muito gostoso e dá vontade de assistir mais e mais.
Em relação a fotografia, o diretor explora muito o primeiro plano e imagens milimetricamente pensadas fugindo da estética indie dos programas culinários.
Tá mais e a grande novidade?
Nos últimos anos a gastronomia e culinária invadiram a TV e o mundo pop de uma forma nunca jamais antes vista, não é mesmo? Mas mesmo assim, Chef’s Table consegue destaque por mostrar o lado humano dos chefs. A série retrata algo comum entre os 6 personagens: o fundo do poço e como eles partiram do zero em busca de seus sonhos.
Um chefe me chamou a atenção em especial:

Niki conviveu com o rigor dos pais orientais e pressão familiar para “dar certo“. Trabalhou em vários restaurantes e pensou em abandonar tudo, mas em sua “última tentativa”, antes de abandonar tudo, resolveu abrir um restaurante trabalhando com o que gostava, a cozinha autoral, lógico. Ainda no ramo da cozinha precisa conviver com o fato de ser mulher. Algo complicado neste universo. Além de ser oriental viver em uma família super rígida e ser mulher, Niki é homossexual. Complicado não é? Não para ela que hoje comanda o restaurante mais bem avaliado de Los Angeles em uma esquina super discreta.
Outra história que eu gostei muito pela lição de vida e frases de impacto que nos fazem refletir sobre a vida foi de Massimo Bottura, o chef e dono da Osteria Francescana, um dos restaurantes mais conhecidos da Itália atualmente. Bottura é simples e ao mesmo tempo sofisticado. Ama o que faz e dá valor para a família e as pequenas coisas.

Particularmente espero muito que a série seja um sucesso e tenha ao menos uma segunda temporada. É meio difícil termos algum chef brasileiro entre os personagens, pois não temos restaurantes com 3 estrelas no Guia Michelin.
Netflix, parabéns pela excelente produção :D