Sim, senhor presidente

Filme nacional tem Thiago Lacerda como Brad Pitt e Milton Gonçalves como Danny Glover só faltou a Amanda Peet para completar o roteiro americanizado
Milton Gonçalves é o primeiro presidente negro do país, mas também um presidente sem razão assim como todos que já passaram pelo planalto
Quando alguns brasileiros enchem a boca para falar “vou ao cinema assistir um filme nacional” logo no pensamento já se arma toda uma teia de raciocínio, como uma estética característica do novo cinema tupinikim alcançado em “Cidade de Deus” e “Linha de Passe”, por exemplo. Filmes que assisti no cinema.
Era o que eu esperava em “Segurança Nacional”, filme assinado por Roberto Carminati, desconhecido no cenário do cinema no Brasil, porém já assinou vários documentários como “A Amazônia: De Gazlvez a Chico Mendes”. O filme foi rodado em 2006 e chegou só agora nas telas de cinema, tem a lista de atores todos globais, mas por incrível que pareça a Globo Filmes não está por trás do projeto inicial, só foi a responsável pela trilha sonora da película.
O filme decepciona porque parece que andou na contra mão dos já produzidos no território do samba. Não segue uma estética de cortes e edição definida, não estabelece alguns planos de enquadramento, uso roteiro pífio e falho. Mas o principal e o que mais chama a atenção é a semelhança que o filme dá aos atores um ar hollywodiano, no sentido do roteiro, sentido que os filmes brasileiros nunca antes abordaram.
Lacerda, sem graça, é o típico salva pátria norte americano

Thiago Lacerda é o típico herói que salva a barra da nação dos terroristas, Milton Gonçalves é o presidente ufanista que quer morrer na capital do seu amado país. Ângela Vieira é a calculista e diretora da Agência de Inteligência, mera coincidência com algum filme que você já tenha assistido? É claro que sim, mas nunca vimos essa história, antes por ela se passar no Brasil.

Por mais que o filme seja falho, apresenta sequencias fantásticas. Por um momento o diretor de fotografia mostrou algo que sempre tive curiosidade de ver, o que para mim valeu o ingresso ao cinema, a visão do Palácio do Alvorada, não de fora como estamos cansados a ver, mas de dentro para fora, como nunca antes tinha visto. No momento em que o Brasil está sendo ameaçado o primeiro presidente negro do país coloca a mão na parede de vidro e o ângulo mais perfeito do cinema nacional é criado, Milton Gonçalves parece tocar na gigantesca bandeira da esplanada.
Outro momento quase emocionante, porém com pouco tratamento de arte e imagem, é quando o presidente discursa em rede nacional e fala que o país está sofrendo ataque de terroristas, impossível não lembrar de “Armagedon”, quando o presidente norte americano discursa inflamadamente reunindo milhares de telespectadores ao redor do mundo. Porém a sequencia nacional poderia ser mais aprofundada no quesito artisticamente.
Resumindo, se no Brasil tivesse o “Frambuesa de Ouro” Thiago Lacerda com certeza ganharia o de pior ator e o “Força Nacional” ficaria par a par com “As melhores coisas do mundo”, outro grande erro nacional.
Mas sou racional e sei que é errando que se aprende. O Brasil já caminha algum tempo para um novo cinema, está tentando achar seu rumo. A imprensa é um pouco culpada sim por voltar seus olhos tanto para fora, e as organizações Globo tentanto nacionalizar a cultura Pop, coisa que todos os meios de comunicação deveriam fazer.
Ps. O filme tem apoio da Defesa Civil e da Presidência da República, coisa normal nos Estados Unidos.

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