Da história de brinquedo ao raciocínio lógico

Sem medo de parecer apaixonado, digo que Toy Story 3 é uma experiência de vida
Pensei que assistiria um filme ótimo, como qualquer outro da Pixar. Carros, Up e tantos outros permearam nossos sentimentos. Mas esqueci que Toy Story acomapanhou meu crescimento, e que ele é a menina dos olhos da Pixar.
Com a saga, eu não aprendi só a cuidar bem dos meus brinquedos. Essa foi só o cano de escape dos roteiristas para muitos outros panos de fundo.
Com a lucidez do Andy, e principalmente a fuga da realidade que ele usa ao adentrar no mundo dos brinquedos eu reforço muito a minha tese da mitopoética, iniciada por C.S. Lewis com as Crônicas de Nárnia.
Clive Staples Lewis disse certa vez, respondendo a uma leitora, que escrever para crianças não é subestimar sua inteligência, mas criar mundos para que os pequeninos saibam quando podem começar a brincar e o limite da realidade.
No primeiro filme, Andy é uma criança que está descobrindo a imaginação, e usa os brinquedos como ferramenta do processo criativo. No segundo, Andy está mais maduro, no sentido de usar a imaginação. O filme mostra bastante esse processo logo no começo das películas. Observe que no primeiro a brincadeira acontece no quarto do Andy e no segundo já se passa no quadrante protegido por Buzz. Entendo essas sequências como um avanço temporal na mente do Andy.
Cada filme é capaz de transmitir uma experiência pessoal. Conversando com amigos na saída da sala, na estreia de Toy Story 3, contávamos nossas alegrias e decepções com o cinema. Comentaram sobre a “barbaridade de Nárnia”, mesmo sem saber que sou fã. Mas pensando bem, não sou fã dos filmes, mas da série toda. Porém ver os filmes realizados na sala de projeção faz pensar-me que a obra cristã de Lewis está sendo transmitida para milhares de pessoas.
Toy Story tem significados diferentes para cada um. Para eu que cresci assistindo os filmes, e assistindo muitas vezes, é emocionante ver a continuidade dos personagens, Andy se despedindo da mãe, indo para a faculdade; talvez por ser só quatro anos mais velho; passei pelas mesmas fases. Descobri junto com o Andy a imaginação, criei mundos, deixei meus brinquedos e cresci, contudo sem deixar meu lado criança.

1 comentário Adicione o seu

  1. Everton disse:

    Também vi o filme, e concordo com seu texto! Esperava mais um bom filme e o que tive foi uma grande oportunidade de refletir sobre o MEU próprio processo de crescer e ir deixando pra tras algumas coisas da infância… No fim, percebi que não se deixa de ser criança… Você acaba carregando pra sempre aquele garoto dentro de você, assim como o Andy no final, que acaba se rendendo aos brinquedos… :)

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