
Calma, toda qualificação é importante. Sou daqueles que defendem o diploma no curso de jornalismo e em qualquer formação. A preparação para o mercado profissional é, certamente, a melhor maneira de se colocar na competição, juntamente no pelotão de elite, talvez. Mas e quando o mercado não coloca em prática nada do que realmente aprendemos na faculdade?
Aí que está a questão, falo do jornalismo porque é uma área que me interessa e claro, trabalho com. Aprendemos tantas coisas na faculdade, será inútil?. Não quero entrar no mérito da questão, somente que os praticantes do jornalismo estão muitos distantes dos que aplicam. A teoria está longe da prática, é isso que eu vejo.
Esses dias em um bate papo descontraído, antes de uma entrevista, o jornalista José Hamilton Ribeiro, disse a uma amiga para jogar o diploma no lixo, mas como ainda ela era estudante, comentou sem delongas: “Curso de jornalismo é uma bosta”. Eu fiquei me perguntando o motivo dele ter dito isso. Estudar jornalismo é mesmo uma bosta? As cátedras são ruins? Não cheguei a nenhuma conclusão. O ganhador de seis prêmios Esso causou essa confusão em minha cabeça, bem em um momento que por motivos de poderes maiores, estou inabilitado de terminar o meu curso superior.
Mas eu bem que conclui algo lendo a Veja (09/05). Na capa, nada de imparcialidade, o motivo disso? Eu sei, o mercado da imprensa. Mas talvez é este mercado que jogou o diploma do jornalismo no lixo e diz todos os momentos: “Certificado é só para colocar na parede”. Mas digo que as merdas feitas pelo mercado devem ser limpas com ele, o diploma, que pelo menos mostra que alguém foi qualificado e no mínimo teve aula de ética no currículo. Ou só existem jornalistas comprados pelo sistema?
A universidade ensina, o mercado des-ensina. O capital é o patrão da imprensa e é uma utopia achar que ela um dia vai ser 100% livre.
Mas como lembra sempre o Alec Duarte “melhor ter uma imprensa limitada do que não ter imprensa”. Também a grande esperaça é multi-polarização causada pelas novas mídias. Quanto mais “patrões” houverem mais fácil será escapar de um interesse particular.
E se o José Hamilton não foi claro em sua declaração e nos fez parar para refletir, exatamente desta forma ele atingiu o seu objetivo. Causar reflexão.
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